No seguimento da nossa parceria com o WordCamp Lisboa 2012, iremos publicar ao longo dos próximos dias diversas entrevistas com profissionais que trabalham com WordPress, e que têm não só conhecimento para compartilhar, como também uma visão fantástica sobre o que é, para que serve, e para onde caminha o WordPress. Para quem é entusiasta do WordPress, estas entrevistas são uma excelente forma de conhecer melhor alguns dos profissionais mais competentes do mundo do WordPress, e aprender um pouco mais como as suas dicas e recomendações. Nesta primeira entrevista contamos com a participação do José Fontainhas.

josé fontainhasQuem é e qual a sua relação com o WordPress?

É de muita proximidade :) já que, estando a trabalhar com WordPress desde 2005, acabei por co-fundar tanto a Comunidade Portuguesa como a Comunidade Brasileira de WordPress. Essa foi aliás um das razões pelas quais trabalhei na Automattic durante 3 anos. É a empresa do criador do WordPress e que explora o serviço WordPress.com.

No que toca à minha contribuição para o projecto open-source, sou o community lead das comunidades de tradução do WordPress para mais de 90 idiomas, core contributor do próprio WordPress e core developer da plataforma GlotPress.

Sobre que assunto irá falar no WordCamp Lisboa 2012?

Vou tentar desmistificar um assunto com o qual, como desenvolvedor de WordPress, já tive que me confrontar em demasiadas ocasiões: há sempre um momento em que o potencial cliente pergunta “mas porquê fazer com WordPress?”. É um argumento que com os anos de experiência já consigo defender, mesmo quando ele é apresentado em termos muito menos “simpáticos” por algum concorrente meu, que normalmente defende soluções proprietarias.

Quero partilhar essa experiência não só com quem se está a lançar no desenvolvimento em WordPress, como também enriquecer o arsenal de quem já está mais estabelecido no mercado. Está na altura de mostrar que o WordPress é uma solução adulta, fiável e robusta.

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Qual é para si a melhor funcionalidade nativa do WordPress?

Se calhar não é uma funcionalidade em particular. O que verdadeiramente me agrada é a filosofia de base do núcleo de desenvolvimento do WordPress; um rigor quase fanático em manter o código limpo e pequeno, sem ceder à tentação de incluir tudo e mais alguma coisa na sua versão base. Basta aliás olhar para o crescimento exponencial dos eco-sistemas de plugins e temas, para perceber que essa é sem dúvida a melhor opção.

Qual é o seu plugin WordPress favorito?

Não sei se consigo nomear um só; hesito da mesma maneira quando me perguntam qual é o meu livro ou banda favorita. Sei que em praticamente todos os projectos que faço incluo o WP Super Cache do Donncha. Tendo trabalhado durante bastante tempo no WordPress.com e sabendo que a filosofia de cache para mais de 30 milhões de sites é a mesma que está presente nesse plugin, dá-me toda a confiança, desde sempre. Posto isto, tenho mais “favoritos”, claro. Dependem é do projecto em si.

Alguma vez cometeu um erro em WordPress com o qual possamos aprender algo?

A pergunta talvez devesse ser “alguma vez *não* cometeu um erro…?”. Acho que os cometi todos, mas foi assim que aprendi. O mais gritante talvez tenha sido não separar o código da camada de apresentação, ou seja, ter incluido demasiada funcionalidade no tema, o que o torna mais pesado. Isto sem falar da dor de cabeça de precisar da mesma funcionalidade no projecto seguinte e andar a bater com a cabeça nas paredes para a re-utilizar. O que aprendi foi primeiro a usar a funcionalidade do functions.php e depois disso a criar os meus próprios plugins, por muito pequenos que fossem. É um esforço que compensa largamente e não é o bicho de sete cabeças que parece. Aliás neste WordCamp vamos ter uma apresentação precisamente sobre isso.

wordcamp lisboa 2012Onde pensa que o WordPress poderá chegar nos próximos anos?

O núcleo do WordPress está já há algum tempo numa rota de desenvolvimento sóbria e ponderada e acho que se vai tornar ainda mais robusto e presente. O que verdadeiramente me fascina, no entanto, é o ritmo de crescimento explosivo da comunidade. A quantidade de competência acumulada é assombrosa, mas estou convencido de que ainda não vimos nada. Além de muito mais coisas, tenho a certeza de que vamos assistir ao nascimento de um verdadeiro mercado mundial de serviços de design e desenvolvimento sobre WordPress, que pode inclusivamente ser uma opção real para que muita gente possa vencer e sair deste pântano profissional em que os nossos caros políticos nos mergulharam.

Que conselho deixaria para desenvolvedores e entusiastas que começam agora a trabalhar com o WordPress?

Que aprendam com os melhores. Felizmente, dada a natureza única desta comunidade, esses melhores estão muito perto e não têm nenhum problema em partilhar a sua experiência. Depois, que participem. A experiência de mostrar como se faz, de ajudar outros com os seus problemas, por muito triviais que pareçam acaba por nos ajudar também.

Quais são as suas expectativas para o WordCamp Lisboa 2012?

Espero que seja um evento ainda mais descontraído, informativo e divertido do que o de 2011, se for possível. Um WordCamp é antes de mais o encontro de uma grande família onde todos são imediatamente aceites e tratados como amigos. Espero que transmita aquilo que um WordCamp normalmente transmite: a sensação de pertencer a uma comunidade, sem sombra de dúvida, única.

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Até Já!